VEJO

Vejo

As palavras transformadas em contrição

Vejo

O céu manchado pelo azul

Como se fosse uma senha

Para a mesma sentença

Que se repete e se transmuta

Num espaço amargo do tempo

Vejo

As cicatrizes multiplicadas pelos espelhos

Deixando cinza

Aquilo que deveria ser azul

E vejo

Que dessa carcomida esperança

Resta apenas uma fé frágil

Que não alcança

A parte apodrecida da memória.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 26/08/2007
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