VEJO
Vejo
As palavras transformadas em contrição
Vejo
O céu manchado pelo azul
Como se fosse uma senha
Para a mesma sentença
Que se repete e se transmuta
Num espaço amargo do tempo
Vejo
As cicatrizes multiplicadas pelos espelhos
Deixando cinza
Aquilo que deveria ser azul
E vejo
Que dessa carcomida esperança
Resta apenas uma fé frágil
Que não alcança
A parte apodrecida da memória.