MINHA LUTA (REAL)
Festas, bebidas, finas comidas.
Amigos diversos, incontáveis.
As risadas amigáveis, mas fingidas.
Os porquês sempre insondáveis.
Da fina taça que inebria
Sorvi o líquido que embriaga
Na escuridão da noite fria
Cortante como o fio da navalha
Caiu a chuva não anunciada,
De fato um temporal inclemente.
Com os amigos busquei guarida
Como se eu fosse um indigente.
Todos eles como que por encanto
Num passe de mágica sumiram,
Na minha mágoa, dor e desencanto,
Eu conclui- “Eles nunca existiram”.
Clamei aos brados os seus nomes,
Nenhuma resposta. Silencio total.
O gelo solitário das noites insones
A época dourada chegara ao final.
As águas do temporal turbulento
Derrubaram barreiras, obstáculos.
Eu estava todo tempo desatento,
E a vida lançara seus tentáculos.
Como a Fênix eu tinha que renascer,
Das cinzas ou do fundo do poço.
Como? Não sei, eu tinha que vencer,
Apesar de não ser mais moço.
Olhei por onde meus pés caminharam
Lá estavam minhas pegadas, uma a uma,
Nem as intempéries do tempo as apagaram.
Não conseguiram destruir nenhuma.
E nelas estavam as marcas da experiência
Adquirida na minha longa caminhada,
Obtida no dia a dia da minha existência,
E que pela minha vivência foi acumulada.
Hoje tenho respostas para quase tudo,
Principalmente para a juventude atribulada
E no entanto não falo, me quedo mudo
Apenas porque não me perguntam nada.
Assim lutei da maneira simples que sei lutar
Pensando só em recuperar a parte material,
pois, perdi tudo e só pensava em recuperar.
Só não perdi a fé e assim venci a batalha espiritual.
Juntei as pedras todas do meu caminho,
Tudo que era feio transformei em belo
Com muito amor, paciência e carinho,
Juntei minhas forças e construí meu castelo.