Minhas penas
Tarde pesada e nevoenta
As árvores parecem flutuar no céu
Já o tempo que há-de vir?!
Curta estrada representa.
Já tudo é triste, tanto quanto eu.
Coaxam as rãs na ribeira
Entristecem as manhãs geadas
Fica a vida sem eira nem beira
Minhas esperanças viradas.
Pássaros se escondem no arvoredo
Mais um dia o mundo velho a ruir
Meu olhar triste se deixa caído
Finjo não ver nem sentir.
Já é chegado o fim do dia
Não ouço mais das rãs o coaxar
Tomou conta de mim a nostalgia
Da vida, vem o tempo se apossar.
Das horas que lamentamos
Umas duram muito, ou então!?
Duram pouco mais que nada.
Dormem os pássaros nos ramos
Coaxam as rãs de aflição
Sigo ao peso da vida vergada.