Restam as pedras que piso

Dou meia dúzia de voltas

Tal qual como um pião

Pouso sobre o papel a mão

E as palavras me saem soltas.

Sobre a pressão dos meus dedos

Escrevo ora a medo, ora sem medos

Olho no céu as estrelas, mais de mil olho!

Mas não tenho ilusões!?

São minhas lágrimas guarnições

Com elas meu rosto molho.

- Fico neste meditar

Espicaço meus sentimentos

Coisas de ternura me vêem ao lembrar

Momentos...

Uns que foram como cristais

E outros partidos pelos vendavais.

Um dia e outro em fileira

Trazendo um tempo de obscuridade

E meu coração queira ou não queira!?

Deixa-me no aperto da saudade.

Mas não trago mágoa não?!

Desse tempo donde venho

Lembranças fantasmas são,

Do que tive e já não tenho.

Restam as pedras que piso

Pois se em mim já tudo desaba?!

Fico a pensar que já nada exijo

Mas até o nada se acaba.

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 27/01/2018
Reeditado em 11/02/2018
Código do texto: T6237575
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