"Existo"
“Já pensei tantas bobagens,
Sonhos, devaneios e miragens,
Que se desfizeram ao tocar...
Quão vivo eu devo estar,
Simplesmente para viver?
Como se não bastasse Ser,
Ter que ostentar e sorrir, aparecer!
O que poderia dizer?
Se "Moon River" está a tocar,
Não sei mais onde a "Audrey" está...
Cá estou eu, sozinho na casa...
Pássaro livre, sem asas.
É, lembro de tanta beleza,
Não chorei tanta tristeza, e tanta amargura sobrou?
Para que viver se existir, para muitos já basta,
Ou clamar por um desejo que passou?
Tornou-se música, escreví, e cá estou...
"Aline" não estava dormindo, "Hannelore" não nasceu,
Percebo então que quem de mim mesmo adormeceu,
Quando desligaram as luzes no Show...
"Aline" preferiu se afastar...
Minha "Hanna", mãe não tem...
E meu Amor? é de quem?
Alguém que o tempo levou?
Amo mulheres que não existem...
Existo Eu, porém não vivo...
E sorrio quando lembranças persistem,
ou quando c´uma criança convivo.
Não queria voltar jamais,
Para os Hotéis de Londrina,
Olhar de canto a menina, louca ao ouvir "Black Sabbath",
Tampouco em Sorocaba!
Minha paciência se acaba... Confesso que não seria eu,
A caminhar pela catedral, apontando o preferido vitral,
Pro Amor, que já morreu... “