"Navio de Guerra"

"Que Deus me ajude à conduzir este "navio" até o próximo porto amigo...

Não sabia eu, do perigo, que as batalhas eram em flame,

Mesmo sendo comandante, à proclame, não estava eu, pronto,

sequer conhecia o "inimigo"...

Navegou segura a Fragata, nas mãos do velho almirante,

Este, já velho e doente, passou o comando a mim,

Um simples "Taifeiro" enfim, a conduzir a frota volante...

Neste Navio de guerra, com toda a Esquadra avante.

Quais os Horrores da Guerra?

Destoado estou de minha terra, me perdi do restante da Esquadra...

E agora, após a batalha, por ladra, uma fenda joga nossa "potável" ao Mar...

O Casco está avariado, sal piedoso à entrar, não sei se iremos chegar... Doutro lado...

Como os Aviões de ataque são velozes!!!

Jogam suas bombas e acertam, antenas, metal e carne,

Não temos mais Rádio, nem obuses, apenas almas ferozes...

Não o suficiente para abrir, os lacres para Água entrar...

Pois o "Yorktown" depois de Midway está como estamos...

Mas nossa Fragata foi bastante alvejada, estando eu parado na ponte,

Mesmo que este Navio se parta, desmonte,

Éramos a Nau-Capitânia... Sei que não erramos...

Dos "Geradores" apenas um funciona, temos energia para o dia,

Dos três "Motores", apenas dois viram, nossa velocidade reduzida.

Dos morteiros e torpedos reluziam, a chama do fim que eu Protelava.

A mancha de Diesel n´água já dizia...

Mas disso não reclamo... Tem um navio mercante carregado,

Grande, de alto calado, que nos vem de Combustível suprir...

à cada quinzena, ou mês, há de vir!!!

Lotar de "provisões", e manter-me firme, quando está ele atrelado...

Mas quando ele parte, a escuridão do mar me toma,

Sem armas, somos alvos fáceis, não temos resistência,

Basta mais um "torpedo", ou desistência...

Mais uma baixa, uma soma.

Uma bomba acertou encheio o leme, não temos assim direção,

Mesmo que queira virar o timão,

o metal retorcido da popa, poucos graus consigo mudar...

Quando me alistei, omiti, que Não aprendi à nadar!

O que mais me dói, não é a Fragata sendo Inundada,

Derrotamos oponentes, pomos à pique agressores,

E sim, saber que deles já compartilhamos a Bandeira,

O mesmo pendão de austera, na antena agora destroçada...

Estava em Alto-Mar, com a bússola travada

Liderando a esquadra invencível, quando a guerra foi declarada...

Tínhamos pólvora e canhões, navios de escolta foram à pique...

estando eu à frente de todos, venci! Talvez Deus queira que eu fique.

Tenho medo que a noite escura, esconda meus inimigos,

Submarinos no silêncio do medo...

A eles, basta um Torpedo, para me juntar aos meus amigos... Os vigilantes na Proa à espreita do perigo, não vieram... É cedo.

Estamos à quinze nós... É muito pouco, o Atlântico é imenso

E essa bruma, esse nevoeiro denso...

Causa medo na "Tripulação"... Sem radar, sem precaução...

Para um navio indefeso, falta a mim bom senso.

Talvez a única maneira seja olhar as estrelas...

E tomar o velho "Astrolábio" guardado...

Pois das cartas da Náu, estou fadado...

Já não passam de "velhas besteiras"...

À bordo, o sono é penoso,

Seria ainda mais tenebroso,

O líder parecer esgotado... Mas que há algo errado, e não tarda a irmos à pique...

O Diesel que vaza do casco rachado, mancha até o mais longínquo dique.

Esse, é um segredo guardado... Sei que a tudo me implique.

Velozes "U-boats", nos seguem armados...

Não tardam veem ter conosco...

Seremos sim afundados...

"NAVIO DE GUERRA" Tatuí (30/04/2013)

Tony Alma
Enviado por Tony Alma em 15/01/2018
Código do texto: T6226779
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