Olhar de Platina.
Teu retrato na parede/
Meio torto reclinado/
Fita-me em óleo da tela/
Os espaços empoeirados/
Da moldura de bronze/
Sobre teu olhar de platina/
a vigília da paciência dos/
tempos que restaram/ Lá
fora Morrendo a luz loura
Da aurora/ Os ventos da
Inocência sussurram/
A mistura do desejo/ E os
Rubores da mulher venerada/
E no teu segredo guardas/
Ainda o frescor imaculado/
Na gaveta do teu quarto o selo/
Não rompido da carta rasgada/
os nossos segredos em arabesco/.
Fogo eterno dos desejos./Na parede
Ainda abandonado teu retrato.