Sob a sedução do desamor.

Estive ouvindo um cientista

Que falava sobre estudos

E descobertas da ciência

Pensamentos acerca

de nossa humana inteligência

O cara expôs uma lista, disse Muito

da importância disso tudo

Me lembro que falou sobre sinapses

Conexões neuronais

Discorreu sobre as nossas conquistas

E o que aquilo representa pra nós,

Seres pensantes

Como somos agora

E o jeito que éramos antes

Falou muito mais

E quanto mais ele falava

Menos as pessoas

Pareciam ser iguais entre si

Pois eu me ative a algo que ele não falou

Apenas expôs

de forma velada e subjetiva

Algo sobre o qual

Eles não sabem quase nada

E que muito os aparvalha:

A velocidade com a qual

Espalha-se a ignorância

Nossa ausência voluntária de pensamento

Na mais injusta medida

Ali

Cresceu também a ganância

Filha mais bem nutrida

da falta de inteligência

Pois

Parece que diante

da efemeridade dessa vida

O ato de pensar

Deixou de ser importante

A sua desnecessariedade

É muito mais atraente

Porquanto seduz

A muito mais gente que a gente pensa

A coisa que ele não disse

Mas que eu supus

Foi que é bem mais fácil compreender

O Pensamento de gente que pensa

Do que o pensar aparente

Sua falta de luz

Tornando assim

Quase impossível aceitar

A nossa mais que imensa

Festejada arrogância

Travestida de muitas coisas

Ele disse que todo mundo

Possui um cérebro na cabeça

Mas não falou que a ciência não tem

Conhecimento suficiente

Pra explicar

Porque é que tanta gente

Pode pensar e não pensa

Edson Ricardo Paiva.