As pétalas do amor
As pétalas do amor que floresciam
Nesse peito cimentado
Foram tragadas pelo vento
E dispersadas pela imensidão
Dos arcos celestes
Que se estendem além
Do alcance humano.
O que sobrou de mim?
Um coração que se desfaz
Em desgastados suspiros
Que me acometem a alma
E ameaçam tragar me
E absorver me em um vácuo
Difuso e penetrante
Em que a esperança jamais terá vez.
Essa flor que com zelo cultivei
E amorosamente cuidei
Murchou e secou transformando se
Em cinzas que os demônios
Que banqueteiam se do desprezo
Soprarão para o infinito
E jamais será vista novamente.
É assim que o amor que no peito guardei
E para você entreguei ousadamente
Irá desaparecer para sempre
Ai de mim, ai de você, aí de nós
Que o futuro seja melhor que o hoje
E que o amanhã nos traga, enfim,
Amores menos vis.