Ano que se inicia

A queima de fogos anuncia o ano porvir. Agora falta alguns segundos, contagem regressiva, “todos” riem, se confraternizam, roupas brancas, amarelas, vermelhas, coloridas, desejos de um ano que se inicia

Pedidos, promessas para um novo espaço temporal

Mas as vestes continuam as mesmas, por baixo das cores, maquiagens, interesses, destreza daqueles que têm extrema ambição

E o ano vai passando e as coisas continuam na mesma, risos falsos, podridão

O que desejará para o ano próximo? Não consegue ver que a mudança está/precisa ser você, não tente mais querer me dominar, dizendo querer entender

Compreenda, eu não sou igual, eu não sou você. Apenas não seja parecida com aquilo que mais condena, seja você, seja como quer que te tratam, se coloque no lugar do outro, seja o outro você

Desejo de valor, amor, compreensão, tolerância, paixão. Seja o que quer para você,

Não tente segurar minha mão, senão o é deixe-me ir, triste fim, solidão

Passos, marcas no vale da sombra, escuridão

Tempo que passa, cura, luz, libertação

Feridas fechadas, cicatrizes que me fazem lembrar daquilo que tento esquecer, mas trazem a força que adquiri nas lágrimas que derramei até o sorriso raiar como o sol após tempestade, porvir depois das lutas que perdi/venci, mais um ano modificado, me (des)construo a (re)construir. (JHC, 2018)