Confissão
Já fui livre feito um pássaro,
Pelos céus me imaginava,
A maldade não existia, de verdade eu sonhava.
Acreditava no amor, e sentia a beleza da flor,
Eu beijava a minha garota,
Beijá-la, para mim, era a maior felicidade.
O tempo não passava,
Indestrutível eu me sentia,
Mas ele passou, e a verdade aos meus aflorou.
Não sou o que sonhei, um grão de areia é o que sou,
Isso agora eu sei, sigo ao relento,
Viajo ao sabor do vento.
Dos sonhos eu desisti, a razão adquiri,
Confesso sinceramente, graça nisso eu não vi,
Está preso na gaiola o pássaro livre que havia em mim.
Já não quero cantar, o meu desejo é chorar,
A minha juventude foi se embora,
Murchou a flor do meu jardim.
A minha garota não me amou, e disso lembrar,
Dos meus olhos fazem lágrimas brotar,
A minha ilusão chegou ao fim.
Muito eu amei, muito em chorei, mas não valeu a pena,
Somente amargura eu ganhei, aproximo-me do fim,
A minha vida se acabou, uma vida que não mereceu o amor.