Depressão

Vejo-me perdido

No mar, no deserto e na escuridão.

Mas o pior é sentir-se excluído

No meio da multidão

Olhares de desprezo

De medo

De compaixão

Sinto-me punido

Um lixo fedido

A esmo

Sem direção

Cala-me a cidade

Despreza-me a sociedade

Acham-me um vilão

Mas eles vivem soltos

Supostamente envolto

Metidos até o pescoço

No esgoto da podridão

Usando o poder

Para se proteger

Livrando-se da prisão

A fome não é nada

Para quem tem uma vida abastada

Sem limites nos cartões

E quem não tem nada?

Não come

Não dá risada

Leva uma vida desprezada

Nas ruas

Nos lixões

A sociedade fica calada

Não enxerga

Para não ser incomodada

E aquela alma penada

Vive sacrificada

Sem direito a nada

Nem a ser tratada

Para livra-se da depressão

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 12/12/2017
Reeditado em 12/12/2017
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