Funeral

Há dias em que a escuridão esconde o sol

E a noite toma conta da gente...

E na ausência da luz, nossos olhos sonham,

Imaginando o fim das trevas imaginárias,

Essa negritude que o medo tece

E a mente, ociosa, aceita...

E haverá dias que o medo trancará as portas

E a nossa respiração ofegante

Irá se esconder no silêncio

Para não se render ao inimigo

Que trava a guerra lá fora.

Céus e terra em conflito dentro de nós,

Olhando a carnificina social

E os restos mortais da dignidade humana

Enxovalhados nas tumbas abertas

Pela nossa desmedida omissão.

Alguém prepara a última pá de cal

E eis aí o funeral da esperança.

E no céu de nossa zona de conforto,

Abrimos novamente os olhos em busca de luz...

Tudo em vão.

No céu escuro da ignorância não há estrelas,

E muito menos, o brilho do sol...

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 02/12/2017
Código do texto: T6188357
Classificação de conteúdo: seguro