A SERENATA

Nada restou,

daquela serenata,

sob um luar de prata,

que fiz com emoção.

Nem viestes na janela

não destes a menor atenção

Ah, que tristeza me deu....

Vim com meu violão

na maior ilusão

de poder te agradar

com meu cantar.

Ao terminar a melodia,

E vi que não aparecias

Aprofundou-se meu penar.

Já rompia a madrugada,

Vinha raiando o dia.

Ali parado sob o sereno,

Eu, só, com meu sofrimento,

Desolado e desatento,

Ainda balbuciava a letra,

Que era mais ou menos assim:

"Lua, manda tua luz prateada

despertar a minha amada,

quero matar meus desejos,

sufocá-la com meus beijos..."

Este refrão de inegável beleza,

não teve o condão da sutileza,

de levar-te em uníssonos,

o meu coração.

Abateu-se ali mesmo,

a minha imorredoura paixão...