TODOS OS HOMENS SÃO SÓS
todos os homens são sós
ainda que o espelho da pele
revele a ausência de luar
ainda que o silêncio dos copos vazios
preencha a escuridão de segredos
no equívoco dos sentidos
pensam dividir o barco a casa o corpo
tudo não passa de fenômeno
delírio de buscar a luz
no frêmito de um girassol
que ao final do dia
tomba desconcertado
todos os homens são sós
fantasmas amaldiçoados
que não seguem nem conduzem
apenas perambulam a vida
em busca de si mesmos
Helenice Priedols