Alma Ingênua.

Enquanto a carne singela,

Alma desnuda e aberta.

Esquartejada, dilacerada,

Violentada por outras pretensões.

Alma ingênua,

O que fizeram contigo?

Era doce, leve e serena.

Agora se prostitui em cantos escuros,

Em troca do 'ter', deixando o 'ser' largado.

Tu não reconheces mais seu esplendor,

Fagulha divina, criada do amor.

Entorpece por puro prazer,

Migalhas ao chão, a te oferecer.

Ruminas revolta, raiva e paixões,

Cicatrizes abertas,

Liberdade em grilhões.

Dilacera a pele,

Desliza navalha.

E a carne exposta,

Só recorda batalha.

Não te prendas, ó alma,

A passagem senil,

Te libertas agora,

Desta vida redil.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 28/09/2017
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