entregar-se exige coragem....

Fragilidades!

Caminhos esburacados

prendem os pés

nas incertezas

Caímos de repente...

A cara na rigidez

do chão e a dor

faz acordar

Então a tua renda

tinha tantos rombos

o teu retrato

reentrâncias

com fungos

inesperadamente

visíveis

O cheiro entranhado

ao abrir aquele baú de uma vida!

As vidas têm sempre

cargas que de repente

caem dos armários

abertos ao descuido...

(pesam os ombros

sob tal impacto)

Como ajustar

as pontas desse pano

esgarçado em inconsistências?

Como costurar duas vidas

de pano endurecido

com frágeis agulhas

desses sonhos tardios?

O tempo é firme

a alma estática, inflexível

te sonhei e me quiseste

mas foi um mero lampejo

um breve beijo

sonhei demais...

e depois caiste em si

o que querias?

que eu te dissesse o que já sabias?

não , é tarde, não me

reconheceste.

Não queira de mim

o que era teu

e não soubeste guardar

só isso...

só isso...

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 11/09/2017
Código do texto: T6110549
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