entregar-se exige coragem....
Fragilidades!
Caminhos esburacados
prendem os pés
nas incertezas
Caímos de repente...
A cara na rigidez
do chão e a dor
faz acordar
Então a tua renda
tinha tantos rombos
o teu retrato
reentrâncias
com fungos
inesperadamente
visíveis
O cheiro entranhado
ao abrir aquele baú de uma vida!
As vidas têm sempre
cargas que de repente
caem dos armários
abertos ao descuido...
(pesam os ombros
sob tal impacto)
Como ajustar
as pontas desse pano
esgarçado em inconsistências?
Como costurar duas vidas
de pano endurecido
com frágeis agulhas
desses sonhos tardios?
O tempo é firme
a alma estática, inflexível
te sonhei e me quiseste
mas foi um mero lampejo
um breve beijo
sonhei demais...
e depois caiste em si
o que querias?
que eu te dissesse o que já sabias?
não , é tarde, não me
reconheceste.
Não queira de mim
o que era teu
e não soubeste guardar
só isso...
só isso...