DIAS PROFANOS

O vazio não dá sustentação

Quando o chicote atinge a carne

Porém já não causa dor,

Apenas a entrega da sorte

Sem medo, sem alegria, sem forças,

Um kamikaze sem destino

Rodopiando pelos ares

Em um dia profano!

Sequer um farol

No vasto oceano

Sinalizando o caminho

Para o pouso tranquilo...

Valores jogados ao mar

Numa viagem sem volta

Por um novo começo

Sem dias profanos...

As incertezas pelo final do voo

Profana a fé do viajante

Rumo ao destino cego,

Tornando-o frio, um kamikaze!