Inquietude

INQUIETUDE

Meu coração está inquieto.

Sinto os dias passarem rapidamente,

Deixando um vazio em minha alma

E um descontentamento pelo tempo perdido

Na busca infinda de um ideal.

De que vale a vida sem um ideal?

Não esses ideais que se esvanecem

Mal são alcançados;

Não aqueles que, ainda nem bem nascidos,

E já são substituídos por outros.

Falo do ideal que preenche a alma,

Que torna a existência um caminhar contínuo;

Que devolve a alegria de viver

E realiza a paz interior.

Sonho com um ideal que possa ser compartilhado.

Que possa ser dividido e distribuído,

E ainda sobre muito para encher o mundo.

Afinal não existe ideal solitário.

E se existe, não é ideal; é ilusão.

Quero olhar a natureza

E vibrar com seus tons e matizes.

Quero olhar as pessoas, sem medo,

E acreditar que somos irmãos.

Quero olhar a abóbada celeste

E enxergar, muito além, um céu,

Onde todos os caminhos se encontram.

Quero sorrir ante a paz de crianças dormindo,

Quero me aquietar com o sorriso meigo do ancião,

Quero crer na vida que a mãe acalenta nos braços

E no trabalho do homem que produz o pão.

Mas que ideal construiria tal mundo?

Que mundo gestaria tal ideal?

Talvez, somente talvez, a resposta esteja nas crianças.

Afinal só nelas a alegria não acaba.

Os sonhos, só nelas, se materializam,

Nelas, tão só a paz é eterna

E o mundo é todo irmão.

Quem sabe o verdadeiro ideal,

Ensinado pelo Mestre,

“Tornar-se novamente criança”

Seja o começo de um mundo novo?

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 29/08/2017
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