Espera
Meus olhos gritavam
o que eram súplicas e meus lábios calavam n'um riso farsante... (hã!)
E tu me olhava manso como os desenhos que com dedos manchados fiz na argila no chão que pisavas
Telhas de vidro não quebram sob a luz do sol
mas uma tempestade pode trazer granizo e devastar os sonhos bonitos
Do teu abraço que ficou nas esquinas dos dias que se passavam, lembro-me de meus pés fora do chão, aéreos...
As flores vistas através das janelas pareciam fadas disfarçadas a querer levar-me pra pairar sobre o mar...
E tu não via o quanto eram graciosas e belas lá fora em um jardim, solitárias, a esperar que o amor florescesse!
O inverno chegava na brisa naqueles dias...
Se não olhavas as flores,
se elas nada te diziam,
Por que esperar-te?