Não faz mal.

Aquilo que não tem remédio

Morreu de esperar

Na procura pela cura que não veio

Portanto

Está tudo certo e no lugar

Não faz mal ser preterido

E de vez em quando ser o último

Muitas vezes na vida

Eu fiquei lá no canto, esquecido

Sem pranto e nem lástima

Não sou dono de nada

e nem ninguém

O ar que respiramos é empréstimo

Uma concessão que Deus nos faz

Estou olhando

O mundo e a vida

do lado de fora

Qualquer hora é hora da partida

Não faz mal

Nem ter sido chamado pra festa

Dentro em pouco

Termina essa história louca

E todos se vão

Sim, é assim

Nós todos indo embora

E ninguém vai levar nada

A Inês é morta

Pouco importa o que fiz ou não fiz

O último a sair, por favor

Apague a luz

e feche a porta.

Edson Ricardo Paiva