SOMBRAS DA NOITE

A cidade, calada, à noite,
envolta em sombras, sem afoite,
almas vagam em triste desolação,
alvacento destituído de todo florão.

Caminhando em confusa revolta,
a dor amarga me presta de escolta,
mirando a esmo as faces frugais,
arrebatado em pensamentos tais.

O frio cortante e a densa escuridão,
é tudo que me resta de consolação,
aquela que aguardei com expectativa,
enquanto desvalido, contemplo a lua altiva.

No vazio da noite, então me perco,
autômato vagante em livre disperco,
buscando nas estrelas a face encantada,
a fenecida imagem outrora venerada.

(imagem-google)
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 18/08/2017
Reeditado em 24/11/2017
Código do texto: T6087462
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