NA MESMA NOITE
A noite com seu brilho prateado,
Tinha tudo para ser especial.
Havia no ar um perfume de jasmim,
Um buquê de flores em minhas mãos.
Ouvia-se uma melodia celestial,
Um coro de anjos,
Sons de harpas e violinos,
Para celebrar o grande pedido.
Diante dos seus olhos,
Que me fitavam de maneira fria,
Os anjos emudeceram...
Um mal estar percorreu-me
Por todo meu corpo.
Foi taxativa, implacável...
Palavras ditas sem emoção,
Sangrou a felicidade que me abundava.
Vazou pelos olhos,
A dor que a alma conheceu.
Não te quero mais!
Foi a sentença derradeira.
Foi a arma que o carrasco se serviu,
Para encerrar a vida de um sonho.
Não te quero mais!
Dita pela segunda vez,
De uma maneira mais cruel.
Impedindo qualquer tipo de reação.
Na noite em que a lua quase beijou o sol,
A cor prateada foi mesclada pelo alaranjado da tarde.
A linha do horizonte que limitava meus sonhos,
Serviu de fronteira final.
A imensidão dos oceanos invadiu meu peito.
A distancia que limita o sol da terra,
Foi estabelecida entre nós dois,
Numa viagem única.
Ficou apenas dentro da noite...
Um violino que chorava,
Uma sombra alquebrada,
Olhares de anjos arregalados,
Palavras esquecidas dentro de um coração.
Nessa mesma noite que seria magnífica,
Nada ficou para ser lembrado.
Di Camargo 15/08/2007