NUVENS DE FUMAÇA!
Há! Essa nuvem densa de fumaça,
é cerrada, nublada, fica não passa!
Me dá vontade, desvairada de gritar,
de implorar: façam o tempo parar.
As nuvens de fumaça permeiam,
a vida é tão curta e os dias passam:
a juventude, a fé, as noites cheias,
o ar, e o sangue que corre nas veias!
Nas noites baixam as lembranças
e as saudades das noites crianças!
O tempo bandeia e põe um basta,
a vida caminha e de nós se afasta!
Desenha-se um sinistro caminho
e o grande pavor de viajar sozinho!
Arcados procuramos: mãos amigas
e perplexos o afago das inimigas!
Parem, parem o tempo no mundo,
ah! essa densa nuvem de fumaça,
abre feridas, doídas, lá do fundo:
agride, fere, maltrata, nós amassa!
Oh! sol, tu que tanta luz irradias,
por que é que: no Inverno te afastas
e na escuridão nos deixas?
levas, porém aqueces nossos dias!
Oh! Senhor: de todos os mares e ventos,
pelo tempo passamos e ficamos lentos,
por que densa fumaça embaça a mente
e o tempo cruel anda, aceleradamente?
Diga-me Senhor, qual o mistério, magia,
preciso saber, se tudo é real ou fantasia?
d.lage.