NUVENS DE FUMAÇA!

Há! Essa nuvem densa de fumaça,

é cerrada, nublada, fica não passa!

Me dá vontade, desvairada de gritar,

de implorar: façam o tempo parar.

As nuvens de fumaça permeiam,

a vida é tão curta e os dias passam:

a juventude, a fé, as noites cheias,

o ar, e o sangue que corre nas veias!

Nas noites baixam as lembranças

e as saudades das noites crianças!

O tempo bandeia e põe um basta,

a vida caminha e de nós se afasta!

Desenha-se um sinistro caminho

e o grande pavor de viajar sozinho!

Arcados procuramos: mãos amigas

e perplexos o afago das inimigas!

Parem, parem o tempo no mundo,

ah! essa densa nuvem de fumaça,

abre feridas, doídas, lá do fundo:

agride, fere, maltrata, nós amassa!

Oh! sol, tu que tanta luz irradias,

por que é que: no Inverno te afastas

e na escuridão nos deixas?

levas, porém aqueces nossos dias!

Oh! Senhor: de todos os mares e ventos,

pelo tempo passamos e ficamos lentos,

por que densa fumaça embaça a mente

e o tempo cruel anda, aceleradamente?

Diga-me Senhor, qual o mistério, magia,

preciso saber, se tudo é real ou fantasia?

d.lage.

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 12/08/2017
Código do texto: T6081402
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