Eu estava lá
Fui eu a enfrentar o cão no prato
Fui eu a não gritar no ato
Pelo outro, comiseração
E fui eu mesma a adentrar grades
Me imiscuir em horrendos porões
Pelos pais das gerações
Sem cobrar os meus tostões
Tampouco me impressionar com os fraques...
Fui eu a pedir escusas à vida
E fui bem mais que eu de canina humildade
Sem intentos de metódicas maldades.
Fui eu, fui eu, a molhada retina
Fui eu sem araques
Sem pequenez ou surdina
Fui sem concluios, ou tramas
E bem mais, fui eu, por não premeditar
Por alicerçar condições sub-humanas
Por, no meu epicentro ser digna
Fui eu a primeira pá jogar
Pois alguém haveria de assinar e atestar...
"Fui eu, eu estava lá"...
Dorothy Carvalho.