Acasos de mim

Sinto-me engasgar, necessidade de gritar,

colocar para fora o que não seguro.

Descer de uma vez de cima desse muro,

onde escorracei minhas dores com sovas contínuas

e tantos dissabores sangraram em mim.

Malditas horas em que amarguei a desilusão,

desmereci o verdadeiro amor, cultuei o não.

Fui servil a quem nada serve e tudo toma!

Senhor de tempo nenhum, centurião fora de Roma,

perdido nos descasos de outra conquista,

sem mais nada à vista, ou a prazo.

Outro mero e inexpressivo caso...

Fui, tenho sido e serei.

Acaso do que não sei...

SATURNO
Enviado por SATURNO em 14/08/2007
Reeditado em 05/04/2013
Código do texto: T607125
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