APENAS POESIA

Enquanto o amor flui
Minha poesia em nada influi
Apenas flutua
Feito bruma
Pelo vento aberto
 
Enquanto o amor vaga
Minha poesia divaga
Pelas ruas de concreto restrito
Entre gritos de socorro
E a insônia de um apito
 
Enquanto o amor evapora
Minha poesia não se apavora
Não é olhar que chora
Mas hora de ver a vida que rasteja
Sobre uma litosfera
Quente por dentro e fria por fora
 
Enquanto o amor nos decepciona
Minha poesia é lente que espiona
Cada vestígio de luta
Cada gruta da crosta
E não se furta
De ser apenas poesia


 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 30/07/2017
Reeditado em 30/07/2017
Código do texto: T6069282
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