Desilusão
Eu fiz história, gravei na memória
Cultivamos instantes
Talvez, tenhamos regado-os
Para além da conta, demasiadamente
A oposição da falta, também, sufoca
Eu precisei de espaço, dei o ponto final
Aleguei ser preciso respirar ar puro
E, por medo, sugeri que o fizéssemos juntos
Mas, a solidão já me aguardava
E eu, do nada, me preenchi
Arrisquei-me encarar esse mundo todo sozinha
Estar sem mãos dadas causou-me receio
Notei o quão perdida estava
Não havia aprendido a me amar
E, quando notei, amor a mim alguém já dava
Precisei me reinventar
E, mais uma vez, o fracasso veio opinar
Gritou, retruquei: "me deixe viver"
Não percorri até aqui
Para fazer, do meu eu, cemitério de sonhos
Insisti no erro, resultei em casa abandonada
O amor já não quer saber de mais nada
E, por estar meio farta, implorei o seu retorno
Coração não foi feito para passar hora vaga
Que venha longa caminhada