Desilusão

Eu fiz história, gravei na memória

Cultivamos instantes

Talvez, tenhamos regado-os

Para além da conta, demasiadamente

A oposição da falta, também, sufoca

Eu precisei de espaço, dei o ponto final

Aleguei ser preciso respirar ar puro

E, por medo, sugeri que o fizéssemos juntos

Mas, a solidão já me aguardava

E eu, do nada, me preenchi

Arrisquei-me encarar esse mundo todo sozinha

Estar sem mãos dadas causou-me receio

Notei o quão perdida estava

Não havia aprendido a me amar

E, quando notei, amor a mim alguém já dava

Precisei me reinventar

E, mais uma vez, o fracasso veio opinar

Gritou, retruquei: "me deixe viver"

Não percorri até aqui

Para fazer, do meu eu, cemitério de sonhos

Insisti no erro, resultei em casa abandonada

O amor já não quer saber de mais nada

E, por estar meio farta, implorei o seu retorno

Coração não foi feito para passar hora vaga

Que venha longa caminhada

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 28/07/2017
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6067060
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