Pavimento
Perdoa-me por não ser minimamente
o caminho que pensávamos
quando tomei da tua mão
e atravessei teu corpo com o tempo
em uma larga avenida
que dá num beco sem saída
onde eu já estivera e pensava
conhecer bem os arredores
a ponto de nunca mais me perder,
tampouco levar alguém comigo.
Perdoa-me por doer-me
quando éramos um só posto
e por teres sentido mais forte a dor,
pois entraste com teus pés descalços
e com o teu coração nu
e eu tinha o meu no bolso
e no peito uma rua inteira
de paralelepípedos.