Meros ensejos
Não há saudade que suprima
a dor de uma ausência continuada.
Não há bebida que engabele,
em cuja boca, depois, não revele,
a razão da alma amargurada.
Não há tempo que redima a distância,
ou consinta a escolha que pretere.
Não há companhia que ampara,
na distinção do que não se compara
nem nada que cure o que mais fere.
A ilusão, quando despedaçada, fragmenta pensamentos e desejos...
estes, meros ensejos que permeiam a realidade.