Meros ensejos

Não há saudade que suprima

a dor de uma ausência continuada.

Não há bebida que engabele,

em cuja boca, depois, não revele,

a razão da alma amargurada.

Não há tempo que redima a distância,

ou consinta a escolha que pretere.

Não há companhia que ampara,

na distinção do que não se compara

nem nada que cure o que mais fere.

A ilusão, quando despedaçada, fragmenta pensamentos e desejos...

estes, meros ensejos que permeiam a realidade.

BASSANIO
Enviado por BASSANIO em 05/07/2017
Reeditado em 05/07/2017
Código do texto: T6046681
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