Me dói querida... 
 Ver nosso ser à esmo
 Trilhando caminhos sem rumos
 Sobrevivendo à luz do escuro
 Me dói querida...
 Tecer ilusões inconstantes
 Fingir ver e alcançar
 Cercado por pântanos e chacos 
 Me dói querida...
 O riso da nossa inocência,
 Perante total incoerência,
 Do jogo brutal de viver
 Me dói querida...
 Todo sonho vigoroso fenecendo
 A lucidez se esquecendo
 A mentira se postergando
 Me dói!
 A compaixão inútil,
 De pensamentos profundos
 Culminando em paradoxos
 Dói!
 Uma longinqua consciência dói
 Ponderando sem esperanças,
 A vida fenomênica
 A sentença sem fiança
 Que recusamos ver

 Cesar Machado Sema

  

 
Cesar Machado Sema
Enviado por Cesar Machado Sema em 04/07/2017
Reeditado em 18/09/2017
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