Desabafo

Em meu peito, sob a couraça

Trago o meu coração de aço

Quem me vê não nota traço

Posto que aprendi e disfarço

Nem sempre ele foi assim

Já viveu sonhos de folhetim

Em meio a anjos querubins

No fim, um sentimento ruim

Entre tramas incongruentes

Precisamos cuidar da gente

Ondas avançam de repente

Levando-nos em sua corrente

Deixo registrado este desabafo

Ilusões partidas em estilhaços

Comem a fruta, resta o bagaço

Porém eu ainda me liquefaço

Dentro do teu abraço,

Isso é fato.