NO TARDAR DA DESILUSÃO
Não era somente aquele mar de acontecimentos
a tomar as areias de nossos castelos, fazendo tudo ruir.
Nem mesmo as promessas que não foram cumpridas,
enquanto ela se distraia, deixando o tempo fluir.
Não eram as noites vazias de estrelas, sem nenhum luar,
revelando a solidão, na ausência, em ocasiões tão frequentes.
Nem mesmo os sumiços ocasionais e as tantas evasivas,
ou os silêncios que traziam as respostas mais eloquentes.
Não era o que eu pensava, quando o dia amanheceu
e as ondas incessantes molharam meus pés com alguma razão.
O que foi, sob o céu azul de pensamentos turvos e nebulosos,
era apenas a tempestade se formando, no tardar da desilusão.