Capita
E assim eu sigo
Procurando seus olhos na multidao
Arriscando o sim quando tenho o nao
E com um aperto no coracao
Eu indago sua intencao
Sera que vale se é unilateral?
Ou sera que voce quer mas nao diz?
Mas se quer e nao da sinal
É porque me querer nao é prioridade em si
E essa indecisao em mim
Em decidir por dois
Ja nao faz mais sentido
Sera que vai se arrepender depois?
De me abandonar quando eu precisava
De ter escolhido a mao errada
De perceber que o meu nada
É muito diferente da vida floreada
De quando eu me importava
Mas se amar é deixar ir
Eu amo, e respeito seu livre arbitrio
Porque se houve dúvida quanto a mim
Vá, como segunda opcao nao estou disponível
E se por ventura, nas voltas desse mundo
Seus olhos verdes voltarem para meu caminho
Todo aquele castelo de areia sucumbe
E só resta o vazio
Da esperanca do que poderia ter sido
De uma historia que eu queria ter vivido
De um homem que me encantou no principio
Mas que partiu sem deixar vestigio
E no final eu permaneço sozinha
Os olhos marejados, a dor virou rotina
Um grito no peito, uma lança na alma, no coração a neblina
Me importar demais foi minha sina
Ainda mais, quando o véu descortina
E expõe uma realidade que eu antes nao via
Da certeza que, no fim, o unico era igual à maioria
Porque por mais que os navios partam
Em busca de terras prometidas, imaginárias
Na maioria das vezes naufragam
Sem perceber, tarde demais, que o porto seguro aqui estava
E se o remorso chegar,
No final de uma via tortuosa, sofrida
Será tarde demais para repensar
Fui capitã de marujo a deriva.