Despertar
Um dia hei de acordar,sim!
E perceber que tudo não passou
De um sonho nefasto e nigérrimo,
E quando lá - na sobriedade dos
Que não dormem nas trevas do amor-
Poderei sentir de novo as gotas
Do ser que antes eu supusera ser.
E tudo se tornará claro, claríssimo!
Isso sou eu?!
Sim! Serei resquício dessa dor profana
Que violou minha angelical pureza
E nisso me transformou!
Mas será então dia!
E se vier a noite,
Nada poderá deixá-la mais escura,
Pois toda lembrança de ébano
Dissipar-se-á, assim como o
Vento medonho de inverno
Que enregelou minha alma,
E lá, no etílico passado incrustar-se-á!
Um dia hei de acordar, sim!
E quando tudo se tornar saudade,
Bruta, bruta como ela só,
Talvez eu volte a dormir!