Despertar

Um dia hei de acordar,sim!

E perceber que tudo não passou

De um sonho nefasto e nigérrimo,

E quando lá - na sobriedade dos

Que não dormem nas trevas do amor-

Poderei sentir de novo as gotas

Do ser que antes eu supusera ser.

E tudo se tornará claro, claríssimo!

Isso sou eu?!

Sim! Serei resquício dessa dor profana

Que violou minha angelical pureza

E nisso me transformou!

Mas será então dia!

E se vier a noite,

Nada poderá deixá-la mais escura,

Pois toda lembrança de ébano

Dissipar-se-á, assim como o

Vento medonho de inverno

Que enregelou minha alma,

E lá, no etílico passado incrustar-se-á!

Um dia hei de acordar, sim!

E quando tudo se tornar saudade,

Bruta, bruta como ela só,

Talvez eu volte a dormir!

PauloAndrade
Enviado por PauloAndrade em 14/06/2017
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