Ilusões sobre o tempo
Tempo em que as gotas que caem sobre a pia ditam seu futuro; o silêncio lhe ensinará como viver.
Viver de modo com que o amor seja um de dez anos atrás, gota borra perdida.
Perdida pelo não reciproco que a teme, perdida pelo o que sussurra para si mesma e não ouve
Ouve, querida, aquilo não ouso dizer-te em segredo, na noite ao lado de suas fantasias. Não consegue fugir?
Sinta meus passos na tua vida, em busca de sua sombra distorcida em um tosco desenho
O silencio lhe ensinará a sentir o que não sabe, a murmurar com os olhos e a voltar para quem te pertence, infame gota.
Compasso que conta como sua vida é triste e amarga você é, querida, o caminho é árduo
Fugir em si não traz brisa a face frescor aos lábios nem morte às mãos, fique e sinta o que lhe entrego.
Entrego tudo o que destruiu em falas ao ar, faço suturas em mim, doce inocência,
Já não sou contente no castanho que vejo em ti quando entro em foco
E meu espectro sente o cancro; é tempo de ruidosas gotas caídas pela desesperança “Nunca. Nunca. Nunca. Nunca.”
Em leito a falta que sinto é do tempo que me foi largado, sou a rejeição da existência
História sem graça feita por críticos, sou os dias que a melancolia domina com forças ocultos.
A chuva que desce por curvas do seu rosto torna tudo tão difícil, a sombra deixa, assim como eu
Ouve as ruidosas, elas amam e para fazem música para amar
Você quebra às vezes, mas elas não, vê.
Sinta o que tem a dizer a resignação de seu calor, pois é onde a doença vive
Com naturalidade e sutileza, toque as respostas que o sangue derrama, enfim, o tempo é livre contigo.
Silêncio.