Ilusões sobre o tempo

Tempo em que as gotas que caem sobre a pia ditam seu futuro; o silêncio lhe ensinará como viver.

Viver de modo com que o amor seja um de dez anos atrás, gota borra perdida.

Perdida pelo não reciproco que a teme, perdida pelo o que sussurra para si mesma e não ouve

Ouve, querida, aquilo não ouso dizer-te em segredo, na noite ao lado de suas fantasias. Não consegue fugir?

Sinta meus passos na tua vida, em busca de sua sombra distorcida em um tosco desenho

O silencio lhe ensinará a sentir o que não sabe, a murmurar com os olhos e a voltar para quem te pertence, infame gota.

Compasso que conta como sua vida é triste e amarga você é, querida, o caminho é árduo

Fugir em si não traz brisa a face frescor aos lábios nem morte às mãos, fique e sinta o que lhe entrego.

Entrego tudo o que destruiu em falas ao ar, faço suturas em mim, doce inocência,

Já não sou contente no castanho que vejo em ti quando entro em foco

E meu espectro sente o cancro; é tempo de ruidosas gotas caídas pela desesperança “Nunca. Nunca. Nunca. Nunca.”

Em leito a falta que sinto é do tempo que me foi largado, sou a rejeição da existência

História sem graça feita por críticos, sou os dias que a melancolia domina com forças ocultos.

A chuva que desce por curvas do seu rosto torna tudo tão difícil, a sombra deixa, assim como eu

Ouve as ruidosas, elas amam e para fazem música para amar

Você quebra às vezes, mas elas não, vê.

Sinta o que tem a dizer a resignação de seu calor, pois é onde a doença vive

Com naturalidade e sutileza, toque as respostas que o sangue derrama, enfim, o tempo é livre contigo.

Silêncio.

Jaqueline Mendes
Enviado por Jaqueline Mendes em 28/05/2017
Código do texto: T6011941
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