ATÉ BREVE...
São Paulo, treze de Novembro de mil novecentos e setenta...
É manhã...Lá fora cantam de forma tão barulhenta
os passarinhos...e o dia começa lentamente a sua rotina!...
É manhã...Tudo é igual aos outros dias, somente eu
fiquei parado no tempo (para mim não amanheceu)
a perguntar o por que de tua partida repentina!...
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É manhã...Abro a janela e o quarto é invadido pelo vento;
como ele, repleto de incertezas voa, voa meu pensamento
repleto de lembranças; bate, bate meu coração que se acelera!...
É manhã...Vozes lá fora que se confundem, ruídos; um anseio
no coração, faz com que a tudo eu fique alheio;
e assim será até que se finde de teu regresso a espera...
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... até quando o cantar dos pássaros um dia trouxer
alento à minha vida; pois nem mesmo o perfume sequer
que o vento que invade o quarto, traz; sentir eu consigo!...
Sabes bem que eu te amo e o quanto este amor me envolve;
arranca-me o coração mas por favor me devolve
a outra parte de mim que ontem levaste contigo!...
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É manhã...e tudo em volta, em só tristeza se resume!...
Voa pra longe pensamento, chora coração num só queixume!...
E assim será (até não sei quando) do meu viver a rotina!...
Eu sei que também me amas...porém, por mais que me ronde
a felicidade deste amor; peço-te por favor me responde
à minha pergunta; ao por que desta partida repentina...
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São Paulo, treze de Novembro de mil novecentos e setenta...
É manhã...lá fora cai a chuva; cá dentro, do chuveiro a barulhenta
água...É um novo dia!...Chorar assim...quem se atreve?...
Eu!...pois para mim não vejo algum entusiasmo
porquê ontem me deste o melhor de ti; último orgasmo;
depois partiste, dizendo apenas: ATÉ BREVE!...
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(GERALDO COELHO ZACARIAS)