DESALENTO
Eu já nem mesmo sei,
onde foi parar aquele amor.
Ede que modo só eu aqui fiquei,
se nem tinha ninguém a ele se opor,
Esse amor era nosso somente,
contudo, sem mais, como um penitente
deixei me abater pela dor.
Sobras e restos doloridos,
de sonhos perdidos e inacabados,
que em meio aos jardins floridos
restaram assim estraçalhados...
Como num perfeito degredo,
escondidos em dementes segredos,
ao relento, desamparados.
Já não sou mais aquele sonhador
pois nem consigo perseguir o vento,
que levou para muito longe o amor
deixando-me aqui ao desalento.
Hoje procuro por vazias quimeras
onde outrora eu vi florir a primavera
e agora não vejo mais do que lamento...
Marco Orsi