Amor, amor
Amor, amor,
Quando irá acordar de sua ilusão?
Teu espelho reflete os desejos da tua carne
E ocultam a necessidade do teu coração!
Olha em volta e veja o que está perdendo,
Olha em mim, Amor desaparecendo.
Nem ao menos o teu esforço eu sinto,
Nem ao menos um pedido “fica”, eu escuto.
E eu vou de cabeça abaixada
Escondendo minhas lágrimas que tanto te ofendem,
Minha cara feia, enciumada, que tanto te irrita.
Amor, amor,
Hão de ser tua teimosia e cegueira
Motivos de sua devastação.
E quando, igual a mim, estiveres
Destruído, despedaçado,
Perdendo-se em meio às muitas partes suas
Que não mais lhe pertencerão,
Eu estarei longe, se Deus for piedoso,
E estarei bem, pois tu já terás passado
E o meu amor já estará apagado.
Amor, amor,
Vai com tua vontade e teus pés
Vai com tua certeza e tua paixão
Entrega-te nos braços do sonho
Derreta-se no doce da sua amada ilusão
Ame e sofra, sorria e chore
Evanesça no teu êxtase, pois então
Tu estarás só, afinal
Não mais te chamarei
Amor, meu amor.