Cada dia

Passa um dia, passam dois

Tão inertes com o medo

Os caminhos do arroz

Que a saudade trilha cedo

Para sempre o nunca mais

Nunca mais vem em segredo

Se um bicho chora, é fraco

Passa um dia, passam dois

Não se escava um buraco

Outro bicho vem depois

Se o doce esmaece

Um bagaço açucarado

Há minhocas a esmagar

Prum jantar bem apressado

Se a lorota permanece

A minhoca se remexe

Passa um dia, passam dois

O sabor jamais se esquece