INCONFORMISMO...

Amanheceu...um açoite

caiu-me às costas...jamais hei

de me esquecer que nessa noite...

...ah...os beijos que não te dei!...

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...Oh...crueldade sem igual...

um outro teve esse gozo!...

Ah...virgem flor; eu desgostoso

porquê essa noite (afinal

casaste) desfrutou teu esposo

do teu pólen virginal!...

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Amanheceu...um açoite

caiu-me às costas...infeliz

sofro ao pensar que nessa noite...

...as carícias que não te fiz...

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...oh, amanhecer tão repleto,

repleto de um triste pesar!...

Ah...tu, de meus desejos, objeto...

...oh, como é triste pensar

que recebeu teu afeto,

um outro no meu lugar!...

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Amanheceu...um açoite

caiu-me às costas...é tolice

minha, pensar que ouviste nessa noite

as palavras que eu não te disse?...

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Não há inconformismo que não baste,

do que esta triste sina minha!...

Nada há que de mim a certeza afaste;

pior pensamento não me convinha;

que ouvir da boca dele; tu gostaste,

do que ouvir da boca minha!...

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Amanheceu, e um açoite

caiu-me às costas, e tão rude!...

Amou-te um outro, essa noite...

...teve tudo o que eu não pude!...

Oh...crueldade sem igual...

...eu aqui, tão desgostoso...

casaste ontem (afinal)...

um outro, teve esse gozo!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 01/04/2017
Reeditado em 01/04/2017
Código do texto: T5958228
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