DUELO

Chamei o seu nome à noite

Enquanto o vento soprava forte,

Tentando abafar a minha voz.

Parecia que ele tinha medo

De que descobrissem o segredo

Que existe sobre nós.

E quanto mais eu gritava,

Mais o vento soprava,

Tentando me calar.

Mas o seu nome insistia;

Nos meus lábios se repetia,

Até a noite acabar.

Chamei o seu nome a noite inteira...

E o vento, de brincadeira,

Soprava-o de volta para mim.

E prosseguimos nessa disputa;

E a noite me parecia muito curta

Para ficarmos brincando assim.

Eu sentia a agonia crescendo...

Dentro do peito ficava doendo

Enquanto o tempo passava.

Mas o vento parecia não entender...

Só queria me fazer esquecer

O nome que eu pronunciava.

E, então, o dia chegou iluminado;

E o meu corpo, cansado,

Finalmente adormeceu.

E quando acordei, rouco e sem fala,

Entendi que o vento venceu a batalha,

Pois você, simplesmente, não apareceu!