"Farpas do seu eu"
E eis que um dia
Em meio a angústias da vida
Mesmo se desfazendo
Em pequenos pedaços
A menininha cresceu
Foi deixando pra trás
Seus sonhos de menina
Criando em seu caminho
Um estreito rastro
Farpas do seu eu
Há... tão bom seria
Colar os pequenos pedaços
Consertar com pequenos laços
Ajuntar os agudos cacos
Remonta - los outra vez
Porém a sua essência
De vidro foi lapidada
E como até o mais tolo sabe
Os remendos não são bem vindos
Nos vasos trincados de vidro
Se desfez em mil pedacinhos
E foi perdendo em seu caminho
Um a um...
E, assemelhando - se a espinhos
Sangrava coraçõezinhos
Tornou - se mulher
A menininha quebrada
Talvez despedaçada
Mas forte e determinada
A nunca mais sofrer por ninguém...