Nãnkir e Monkár
Meretrizes do Tempo
voam pelos séculos da perdição
em orgias galácticas
enquanto a burguesia se seduz
na cidade luz
de sonoridades satânicas
com sangue em ebulição
Nãnkir,
prostituístes o universo!
Ah! Ah!...
Sim, jamais terei de volta
a castidade da minha infância
aldeia, cubata
dum tempo sinuoso
de homens agarrados à teia
num jugo devotamente entregues
ao seguidismo
ao consumismo
ao individualismo
e a todos os ismos...
por isso prostitui-me
e comigo todo o universo
Monkár,
baixastes armas!
sim meu amo...
a roda gira, os séculos contam
as sensações das chamas
meus irmãos já catam
chamam pela guardiã
não faço sentinela em dois faróis
o tempo urge meu amo!
baixei as armas
não protegerei jamais
um universo prostituído
de ideias ébrias
o tempo chegou a exaustão
das tabernas ocidentais
onde os dedos gretados
levam a ciclo de chuvas
o sujo cajarão as bocas
antros de perdição
Nãnkir e Monkar
voam pelos séculos
impingindo nas corruptelas do sexo
o sagrado manto da perdição
e no secular texto
acrescentam um verbo acusatório
prólogo do julgamento da (H) uman/idade