Sangue nas veias
Queria ter em minhas veias sangue
para que fervesse e queimasse,
e vermelha minha raiva pairasse
Queria ter sangue, não água, não vinho, não nada.
Queria explodir e dizer na cara
“Eu cansei! E de ti não quero mais nada”
Nunca tive, nunca terei, então em mim tudo se esgotou.
Nunca tive seu amor, minha paciência acabou.
Tu és pra mim mera imagem, estática.
Um sonho que nunca alcancei, lembranças
Lembranças de um sexo idealizado e longe se ser real
Eu estava sendo usado e feliz, nada parece natural
Queria gritar para o mundo, queria te machucar
Queria te fazer sentir tudo, e depois te abandonar
Minha raiva é fria, demora a crescer
Queria ser fogo, e queimar até teu esqueleto enegrecer.
Não sei o que falta em mim que te impede de me amar
Tudo eu te dei, meu corpo, minha alma, meu amor, meu ar
Certamente não é meu o problema, em mim não deve estar
Se és tu o cego, não sou eu que devo lamentar.
Vai-te daqui, parte e me deixa em paz
Não morrerei por ti, não morrerei jamais
E que encontres o que merecer, não é da minha conta
Se não for amado por alguém, amarei a mim mesmo, disso sou capaz.
Não preciso da tua dó, nem da sua compaixão
Não preciso que me abraces por mera obrigação
Queria teu amor, teu corpo, teu coração
Mas se não sou bom pra você fica com tua solidão.