A Sala

Havia uma sala linda, de pseudônimo amizade,

Carpetes sinceros e estrutura verdadeira.

Decoração de entrega, sem nenhum objeto melancólico ou ofendido.

Passamos anos ali, confinados naquela sala limpa de doce clareira.

Na parede esquerda do peito, um armário repleto de belas histórias

E uma vitrola barulhenta, eufórica, alegre por nossos encontros.

Poucos lugares no mundo são tão alegres como era aquela sala,

Poucas pessoas no mundo entram em lugares assim.

Mas, diferente do que se acreditara, a sala não era infinda,

As paredes não eram tão limpas, e o interesse um tanto menor.

Mas, diferente do que se esperava, a luz não era suficiente,

Os carpetes ficaram doentes e da vitrola só restou o quiproquó.

A sala outrora amizade agora chama-se passado,

O tempo antes bem empregado agora atende por ausência.

As risadas pela sala espalhadas deram lugar ao silêncio,

E as histórias alegres e inéditas hoje são todas idênticas.

Mas éramos grandes amigos.

Será que éramos grandes amigos?

Pedro De La Rosa
Enviado por Pedro De La Rosa em 14/03/2017
Reeditado em 03/01/2024
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