SUAS CARTAS

Surgirão cartas de consolo quando partir

E estrelas irão te seguir

Para guiar o frágil sentimento que tens

De ver a bondade antes de cair

E da queda tens a sensação de conforto

Que naquelas cartas de consolo

Tão bem escreveu

E que quando meu deu,

Não pude ler

Nem pude guardar

Suas cartas precisava recusar

Quando partir, surgirá as incertezas de suas palavras

Ditas sem temor por tanto tempo

Que jogadas ao vento, ficaram usadas

Inutilizadas pela incerteza de um peculiar sofrimento

Quando partir vai ser doloroso

Porém, igualmente necessário

Mesmo que este sofrimento seja carinhoso

É um bem estar imaginário

Como se fosse precioso

Se partires, ouvirás minhas lamúrias

Não tão altas, para não voltares

Sei que longe de minhas luxúrias

Deixarás de ser esta pessoa covarde

E ainda partindo não perceberá

Que estarei sozinho em todo fim de tarde

Vagando pela mesma rua que te conheci

Onde ler suas cartas quase desisti

Desde aquelas que não me valiam

Até as que você conseguiu me iludir

Sem suas cartas estarei bem

Nem melhor, nem pior

Quem sabe desamarrando cada nó

Que não entendo como alguém

Conseguiu colocar em mim

E que quase pôs um fim

Na minha vontade de ficar só

Porém, a vontade voltou

E agora novamente ela é real

Posso dizer que agora no final

Não preciso das suas cartas de amor

E suas palavras me fizeram mal