Lágrimas frias
Há na noite, algo que me tortura
É um periférico medo da escuridão
Entre outras coisas, é uma saudade impura
De alguns momentos sem ocasião...
~
Porque ao me deitar, tu estás ao meu lado
Mas é como se não estivesse
Permanecendo no teu canto calado
Num ato que também me emudece...
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Eu queria poder ler a tua mente
E desnudar um pouco do teu espírito
Queria sentir até o que tu sentes
E fazer uma analogia de nossos transcritos...
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E lá eu poderia ler em letras esguias
O que em palavra o tempo cessou
Derrubando as minhas lágrimas frias
Sobre o papel, que lentamente borrou...
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Eu peco em chorar pela falta de teu sorriso
Mas clamo há ele com sinceridade
Então eu te pergunto: - O que preciso?
Para voar novamente em tua liberdade...
~
Quantas lágrimas frias vou ter que derramar
Para te ter novamente presente?
Não adianta estar aqui, se não puder me escutar
Que diabos te faz ser tão ausente?
~
Qual o beco que te prendera, e não lhe deixa sair
Se mudo está agora, mudo não vai mais ficar
Pois enquanto minhas lágrimas deixares cair
Alguma coisa terá que me explicar...
~
Considere-me, se isso lhe valer a pena
Deve ter algo a dizer, preciso de explicações
Antes que essa ferida vire uma gangrena
Fazendo parar o amor entre nossos corações...
~
Assim não me verá mais na sua noite vazia
Surrada, e batendo a porta da melancolia
Ao perceber que sua presença aos poucos se abduzia
Ao derrubar por ti, a minha ultima lágrima fria