NÃO TIREM-ME A POESIA!

Não me tirem a poesia,

Pois nela acho refúgio,

Pois nela acho alegria,

Pois nela consigo viver...

Não me tirem a poesia,

Pois nela revivo amores,

Quem nem amo mais,

Mas tenho direito de lembrar...

Não me tirem a poesia,

A única coisa que tenho,

Pois viver sem escrever,

Para mim, não valeria a pena...

Não me tirem a poesia,

O direito de amar o amor,

O direito de viver meu sofrer,

De sublimar a única coisa a me mover...

Não me tirem a poesia,

O direito de cantar velhos amores,

De amar lembranças vãs,

Única companhia de solitários como eu...

Não me tirem a poesia,

Só porque não a entendes,

Seria como queimar um livro,

Porque não sabes ler...

Me tirem tudo,

A luz de meus olhos,

O som de minha voz,

O casamento falido,

Mas não me tirem a poesia...

As brigas,

As incertezas,

As inseguranças,

A inveja velada,

A tudo eu aguentei, por que tinha a poesia!

O despeito,

O desrespeito,

A censura insana,

O preconceito,

O racismo disfarçado,

A tudo eu tolerei, por que tinha a poesia!

A intolerância,

O desestímulo,

As cobranças,

O desânimo,

O desequilíbrio,

As agressões verbais e morais,

A tudo eu sublimei por que tinha a poesia!

Humilhações,

As "traições",

As incógnitas,

As dúvidas,

A angústia,

A "fantasia",

A tudo eu calei por que tinha a poesia!

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 19/02/2017
Código do texto: T5917164
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