DOMINGO
Naquela manhã
Ele teceu seus medos num papel
Como quem trama o destino
Era domingo!
Letra por letra numa despedida fúnebre da vida
Os transeuntes passavam à sua janela com sorrisos nos rostos
Namorados de maos dadas dançavam nas calçadas
Cachorros corriam pulavam e lambiam suas crias...
Era domingo!
A fina brisa da manhã trazia um minuto de paz
O canto dos pássaros pareciam mantras em sua mente doente
Ele parou algum tempo ali... A janela...
Observou tudo.... Como um fotógrafo a registrar o belo... Perpetuar as cores....
Por um breve instante sorriu....
Mas logo voltou à sua escrivaninha... Debruçou-se sobre a escrita.
Foram longas horas...
E... Em meio ao barulho da a alegria lá fora ...
Ninguém percebeu o estampido de um tiro surdo seco a esfacelar a memoria.
Era domingo!